Paulo Almeida – Treinador do Desportivo Monção
Sem dúvida, este é o comentário mais difícil que já tive de fazer desde que sou treinador. Mesmo empatando o jogo, esta foi a “derrota” mais dura da minha carreira, e sinto-me profundamente envergonhado.
Antes de mais, em meu nome e em nome do Desportivo de Monção, peço desculpa, primeiro aos sócios e adeptos do clube, e claro, a todos os que assistiram ao triste espetáculo, tanto ao vivo como através das imagens.
Sem entrar em justificações, pois nada pode justificar agressões físicas, o caos começou logo após o apito final. O jogo terminou com uma jogada na área, com o Igor a segurar a bola, e os jogadores ainda “amarrados” após uma bola parada – sem querer discutir arbitragem, porque não estou habilitado para tal, acredito que teria sido de bom senso deixar guarda-redes repor a bola e, já com a zona desanuviada, terminar o jogo -.
Após o apito, houve uma troca de palavras e empurrões entre os jogadores, algo que considero “normal”, dado o calor do momento. No entanto, quando se passa para agressões físicas, a situação torna-se inaceitável. Um dos nossos jogadores foi pontapeado, o que gerou o tumulto. O árbitro expulsou um jogador de cada equipa (segundo o próprio, sempre que há uma confusão, expulsa um jogador de cada equipa que originaram o conflito) e quando o meu jogador questionou a decisão ao árbitro, foi, à falsa fé, barbaramente agredido, como aliás mostram as imagens que circulam na internet.
Quanto ao jogo, foi muito travado e estivemos abaixo do nosso nível, especialmente na primeira parte. Fomos lentos e reativos. Na segunda parte forçamos mais o ritmo, estivemos melhor, mas longe do que conseguimos fazer. Pela frente tínhamos um adversário de valor e em vantagem seria ainda mais difícil de contornar, pois sabíamos que iriam jogar com o tempo. É perfeitamente compreensível no futebol. Mesmo assim, criámos várias situações de golo, pecamos na finalização e o nosso golo apareceu quase no último suspiro, mas já muito tarde. Queríamos vencer, mas não foi possível.
Ricardo Boucinha – Treinador do GD Vitorino Piães
Naquilo que conseguimos controlar do jogo sou um treinador orgulhoso dos meus jogadores, fizemos um jogo de grande qualidade a roçar a perfeição contra um adversário de enorme qualidade.
Não me revejo nas cenas lamentáveis no final do jogo, e condeno veemente todo o tipo de violência. Todas as partes envolvidas nesta situação em concreto devem fazer uma reflexão do sucedido para que tais acontecimentos não se tornem a suceder. No que toca à nossa parte iremos internamente reflectir e tomar as medidas que acharmos necessarias para que tal não se repita, enquanto isso, esperamos resultado da conclusão do inquerito de apuramento de responsabilidades por parte das autoridades competentes para o efeito.